Lord Hotel deve ser recuperado até novembro

terça-feira, 5 de janeiro de 2010.

A recuperação estrutural do edifício Lord Hotel deve ser concluída até o fim de novembro próximo. A ordem de serviço para o início das obras foi assinada, ontem, pelo secretário da Infraestrutura do Estado (Seinfra), Adail Fontenele. O prédio, tombado pela Prefeitura há três anos, foi inaugurado em 1956 e teve seus dias de luxo e glamour no Centro de Fortaleza. Hoje, quase esvaziado, sucumbe ante a má conservação. A intervenção no Lord é necessária em virtude das obras do Metrô de Fortaleza. Ao lado do edifício, no atual Beco da Poeira, será construída uma estação subterrânea. Todo o trecho metroviário até o bairro Benfica é em subsolo. Segundo a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos, o prédio não oferece condições estruturais para suportar as obras. A Seinfra aponta que a recuperação custará R$ 3,7 milhões, após licitação vencida pela empresa Concrepoxi Engenharia. O tombo municipal impede que a edificação seja demolida. De acordo com o Metrofor, a construção da estação começa logo após a transferência do Beco da Poeira. A Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor) prevê que a mudança seja feita até o fim do mês. O conjunto arquitetônico da rua Liberato Barroso, número 55, conta com o Lord Hotel e o Edifício Philomeno Gomes. Em 1992 o estabelecimento hoteleiro teve fim, dando lugar à Pousada Fortaleza e uma parte residencial. Uma ordem de evacuação, em março de 2000, chegou a ser dada pela Defesa Civil. À época havia 34 apartamentos ocupados e 20 vazios na pousada. Já no outro setor eram 29 apartamentos habitados e cinco ociosos. O imóvel foi desapropriado em 2001 pelo Governo do Estado. De acordo com o Metrofor, cada família foi indenizada em R$ 20,5 mil. Mas ainda há quatro condôminos e um ponto comercial que contestam na Justiça o valor. Um dos casos é o da dona-de-casa Ivaneide Franco Marques, 73. Ela mora no primeiro andar com o marido, dois filhos e um neto há 23 anos. A conversa entre O POVO e dona Ivaneide se deu à distância: repórteres na calçada, ela na varanda do imóvel, em meio ao vaivém da Liberato Barroso. ``Pode subir mais reportagem aqui não. Só se o Metrofor autorizar``, dizia. A dona-de-casa explica que o valor oferecido pelo Metrofor ``não dá para nada`` e lembra que não deseja sair do Centro de Fortaleza. O Metrofor afirma que não se manifesta sobre o fato, porque aguarda novo pronunciamento do Judiciário nos próximos dias.

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