
Entrada dos novos empreendimentos gerou aumento de 89% nos empregos diretos criados com relação a 2008 O parque industrial do Estado contou com um incremento maior neste ano de 2009, no que se compara com o anterior. Ao todo, 20 novos empreendimentos privados industriais foram implantados no Ceará, envolvendo recursos de R$ 244,4 milhões, volume 58% superior ao alcançado em 2008, quando outras 14 empresas chegaram por aqui. A entrada dessas unidades também gerou um incremento de 89% nos empregos diretos criados em relação ao ano passado. O número de postos formais passou de 1.445 para 2.679 de um ano para outro. "Nesse contexto, os resultados dos indicadores prioritários alcançados desde o início do atual Governo vem registrando evolução sempre acima das metas estabelecidas e, em 2009, apresentou o melhor desempenho, considerando que o numero de 20 empreendimentos industriais implantados até novembro, superou em 33% a meta projetada de 15 unidades até o final do ano", analisa o documento do levantamento feito pelo Conselho e pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Cede e Adece). Em andamento Além dos já instalados, o ano de 2009 garantiu a atração de mais 56 empreendimentos ao Ceará, que ainda estão em processo de instalação ou a iniciá-lo. O número fica acima dos 40 antes estimados para estes 12 meses. As novas empresas representam um investimento previsto de R$ 23,6 bilhões e 9.618 empregos diretos, beneficiando 26 municípios. Dentre estes, somente a refinaria assume, nas contas apresentadas pelo governo, R$ 22,14 bilhões do total. Entretanto, não foram contabilizados neste total os empregos a serem gerados na usina, que projeta 90 mil novos postos formais quando em plena operação. Novas atividades Entre as novas unidades, tem destaque o setor têxtil, com três grandes empreendimentos: a ABL, que gerará mais de 1.100 empregos com um investimento de R$ 79,3 milhões, a Zanotti, com 336 empregos por meio de investimento de R$ 34 milhões e a Malwee, criando 500 postos com recursos de R$ 20 milhões. Além da área têxtil, outras atividades também serão contempladas com novas fábricas: mineração, farmacêuticos, metal-mecânica, embalagens, bebidas e alimentos, estamparia, automotivos, artigos do vestuário, eletrônicos, higiênicos e limpeza, calçados e componentes, refino de óleo e de petróleo, fertilizantes agrícolas, pré-moldados de concreto, produtos químicos, couro e peles, energia eólica e termoelétrica, móveis, mineração, informática, moagem de trigo e produção de vidro. Todos esses empreendimentos tiveram aprovados seus pleitos, através do Conselho de Desenvolvimento Industrial (Cedin), para entrada no Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI), que confere incentivos fiscais às empresas que se instalam em solo cearense ou ampliam seus investimentos nele. Os incentivos podem chegar a 75% do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) a ser recolhido, por um prazo de cinco a dez anos, renovável por igual período. Ao todo, o Cedin aprovou 163 pleitos para o FDI neste ano. Prospecção O Governo do Estado realizou, durante o ano de 2009, a captação de novas empresas para o Ceará dentro e fora do País buscando complementar, segundo aponta a Adece, os elos que ainda faltam nas cadeias produtivas da indústria cearense, no sentido de torná-las mais competitivas. A resposta de trabalho foi a prospecção de 24 empresas ou instituições. Destas, quatro são na área de controle biológico de pragas e doenças, três em equipamentos e agroquímica, nove na cadeia produtiva do leite, quatro em biocombustível e crédito de carbono, quatro de fruticultura, duas de flores e plantas ornamentais, quatro de pesca e aquicultura, uma "trader", uma agência de desenvolvimento para operacionalizar possíveis parcerias comerciais e uma empresa de logística para transporte de flores para mercado externo. Dentre as empresas, três já estão instaladas: Koppert, Bioex e Maersk Line, na área de logística para flores. POTENCIAL Mineração desponta entre projetos De acordo com o presidente da Adece, Antônio Balhmann, 2010 será um bom ano para o setor Entre os principais projetos atraídos e prospectados em 2009, o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Antonio Balhmann, destaca os investimentos que chegarão ao Ceará na área de mineração. São projetos que, segundo ele, tem o potencial de mobilizar vários outros empreendimentos em outras áreas no Estado. "Eles abrirão a possibilidade de chegarem aqui grandes investimentos em logística e infraestrutura para favorecer o escoamento da produção que se terá aqui", disse, afirmando que ainda não é possível, por questões estratégicas, detalhar agora estes novos projetos que poderão vir a reboque. Na área de minerais não-metálicos, Balhmann aponta a construção de cimenteiras no Estado. A unidade da Votorantim, no Pecém, que contou com um investimento de R$ 50 milhões, já está operando, ainda que não tenha sido inaugurada oficialmente. A unidade é uma moagem com capacidade para produzir 220 mil toneladas/ano de cimento e 120 mil toneladas anuais de argamassa. Além desta, uma nova indústria do ramo começa a ser construída no Pecém. Pertencente ao Grupo Ivens Dias Branco, a fábrica produzirá lá, em sua primeira fase, o clínquer, que é a etapa anterior ao cimento. De acordo com Balhmann, a segunda fase do projeto prevê a construção de outra fábrica do tipo em Quixeré. Ele destaca que estão sendo fechadas as negociações com uma empresa americana para a construção de uma mineradora que irá explorar o quartzo no município de Horizonte. O minério é usado para a fabricar células fotovoltaicas, usadas na elaboração dos painéis solares, para produção de energia através dos raios do sol. "Com isso, nós trabalhamos para fechar a cadeia da energia solar. Teremos uma usina solar em Tauá e buscamos uma fábrica de painéis solares". Na área dos minerais metálicos, Balhmann destaca a exploração de minério de ferro no Estado. Uma indústria foi montada pela empresa chinesa Globest em Sobral, e a 1ª carga do minério, que deveria ter sido escoada ainda em dezembro, deve ser exportada em 2010. A previsão é escoar inicialmente 75 mil toneladas, expandindo, ainda em 2010, esse volume para 150 mil toneladas. "Ainda que não haja uma super ocorrência, como em Carajás, as nossas ocorrências são de lavras já superficiais, que afloram da terra, e com minério de muito boa qualidade e logística barata". SÉRGIO DE SOUSA REPÓRTER























Postar um comentário