
"Foi extremamente cansativo, quase nove horas de audiência, mas serviu para apurar todos os fatos. Estou muito confiante, acredito que a justiça será feita", disse Geisy. A ex-aluna foi a primeira a ser ouvida. Ela deu detalhes sobre como ocorreu a agressão dentro da faculdade, por usar um microvestido, que terminou com sua saída escoltada pela polícia. O juiz Rodrigo Gorga Campos ouviu nove testemunhas, duas indicadas por Geisy, seis da parte da Uniban e um professor indicados por ambas. A assessoria do Tribunal de Justiça informou que a estenotipista tem o prazo de aproximadamente 15 dias para entregar os depoimentos transcritos para o juiz. Após esse procedimento será aberto o prazo para alegações finais e só depois o juiz dará a sentença do caso. Não há previsão para a divulgação da sentença.
Para Geisy, a audiência foi positiva. "Eu não conheço os alunos que foram depor pela faculdade, nunca tinha visto antes. Eles não participaram da ação. Eles entraram em contradição várias vezes", disse a jovem. Sobre o valor pedido para indenização, Geisy disse que não foi ela quem estipulou. "O valor foi estipulado pelo meu advogado. Eu continuo morando no mesmo lugar, não há dinheiro no mundo que pague a humilhação e violência que eu sofri. Oito meses se passaram e ainda sou chamada de puta da Uniban", afirmou a jovem. Ela também disse que está "tentando retomar sua vida aos poucos". Atualmente, Geisy faz um curso de teatro e disse que pretende voltar a estudar no ano que vem.
Caso
Geisy foi xingada nos corredores da universidade no dia 22 de outubro de 2009 por usar um microvestido rosa. O tumulto foi filmado e os vídeos acabaram na internet. À época do tumulto, a Uniban decidiu expulsar a jovem, mas recuou após a repercussão do caso. No anúncio da expulsão, a universidade afirmou que "no dia da ocorrência dos fatos, a aluna fez um percurso maior do que o habitual aumentando sua exposição e ensejando, de forma explícita, os apelos dos alunos".
Fonte: G1
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